Metade das empresas brasileiras buscou renegociar dívidas durante a pandemia
5 de outubro de 2021Para 71% das empresas, risco de inadimplência vai aumentar; dados fazem parte de pesquisa da Intrum com quase 700 empresas no país.
Setores de transporte e logística e de hotelaria e turismo foram os mais afetados pela crise, sendo 69% e 66% respectivamente na queda de resultados.
A crise provocada pela pandemia de Covid-19 fez com que quase metade das empresas do país (49%) tentasse renegociar dívidas com credores, sendo 25% de dívidas bancárias e 24% com fornecedores.
Os números fazem parte de um estudo elaborado pela Intrum, uma empresa europeia com mais de 100 anos de existência e líder no mercado de cobrança, que está presente no Brasil desde 2018.
O relatório, que tem como objetivo entender o comportamento de pagamento e o impacto na perspectiva de negócios das empresas, é publicado anualmente desde 1998 e esta é a primeira edição que inclui dados específicos do Brasil.
De forma geral, os dados comprovam que as empresas brasileiras tiveram e continuam tendo dificuldades para gerar resultados positivos e se manter competitivas no mercado.
Entre as entrevistadas, 52% registraram queda no lucro durante a pandemia. Determinados setores foram ainda mais afetados pela crise. É o caso, por exemplo, do setor de transporte e logística, que viu seus resultados recuarem 69%, e de hotelaria e turismo, com queda de 66%.
Além de renegociar dívidas com seus credores, as empresas também tiveram que rever prazos de pagamento para os seus próprios clientes. Entre as entrevistadas, 59% aceitaram prazos de pagamento maiores para evitar a falência.
Mesmo oferecendo prazos maiores, o risco de inadimplência segue forte, com 63% das empresas declarando estarem mais preocupadas do que nunca em relação à capacidade dos devedores de pagarem em dia. Com isso, 71% das empresas acreditam que o risco de não pagamento aumentará nos próximos 12 meses.
Para o futuro próximo, as expectativas não são muito melhores. Para 42% das empresas, o impacto negativo da pandemia ainda será sentido por mais de um ano.
No entanto, nem todos os aspectos abordados são negativos, especialmente no que diz respeito à transformação digital. Como saída para a crise, a necessidade de se reinventar fez com que 35% das empresas acelerassem seu processo de digitalização.
“É interessante notar que esse percentual é maior nas pequenas e médias empresas, em que 37% afirmaram terem acelerado o passo da transformação digital, do que nas grandes empresas, em que apenas 27% disseram o mesmo. Uma das possíveis explicações para essa diferença está no fato de que as grandes corporações já estavam mais avançadas nesse processo, enquanto as menores foram obrigadas a caminhar nesse sentido pela própria pandemia”, avalia Ulisses Rodrigues, CEO da Intrum Brasil.
Sobre o estudo
A Intrum publica, anualmente, o Relatório sobre pagamentos na Europa desde 1998. Essa é a 1ª edição do relatório para o Brasil, com foco em riscos de pagamento em uma escala nacional.
O relatório é baseado em uma pesquisa realizada simultaneamente em 29 países entre 26 de janeiro e 16 de abril de 2021. No total, foram entrevistadas 11.187 empresas de 11 setores diferentes. No Brasil, 700 companhias participaram do estudo, sendo 521 pequenas e médias empresas e 179 grandes empresas.
O conteúdo do relatório foi criado pela Intrum em parceria com a Longitude, consultoria especializada em serviços de pesquisa para empresas multinacionais e investidores, com sede em Londres, Inglaterra.
Sobre a Intrum
A Intrum é a empresa líder mundial na prestação de serviços de gerenciamento de crédito e de ativos. Centenária, está presente em 25 países, oferecendo às empresas um portfólio de soluções que cobrem toda a cadeia de gestão de crédito.
Com atuação voltada a potencializar o fluxo de caixa e a rentabilidade das empresas, apoia pessoas jurídicas e físicas na regularização de débitos.
Com sede em Estocolmo, na Suécia, a Intrum conta com uma equipe de mais de nove mil funcionários, atendendo aproximadamente 80 mil empresas em toda a Europa e na América Latina.
Com ações negociadas na Nasdaq de Estocolmo, registrou faturamento de 2 bilhões de euros em 2020.
Janete Galbiati
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