Mulheres em Alta se confirma como espaço de compartilhamento entre mulheres da agropecuária
19 de outubro de 2021Coragem, dedicação, ousadia e criatividade têm sido as principais competências aplicadas pelas mulheres num setor tradicionalmente dominado por homens
Foto: Google
Durante a segunda edição do Mulheres em Alta, evento organizado pela Alta Genetics e idealizado por Luiza Mangucci, supervisora comercial da empresa, quatro mulheres de peso compartilharam suas histórias com viradas surpreendentes e inspiradoras.
O tema da edição foi “Empreendedorismo, mulheres que escrevem a história da pecuária”. O evento apoia o movimento Outubro Rosa e visa destacar a atuação da mulher na agropecuária.
Heverardo Carvalho, diretor presidente da Alta Genetics do Brasil, abriu a programação e destacou o valor da mulher na pecuária, sua presença em números no mercado e as habilidades femininas que diferenciam o gênero no setor.
“A fortaleza destas mulheres está na sensibilidade e empatia, perfil de gestão, determinação, capacidade de compartilhamento e organização. Por isso, é um orgulho ter 43% da equipe da Alta composta por mulheres nos mais variados cargos, de equipes técnicas a cargos de gestão”, ressaltou Hereverado.
Luciana Tsukamoto, gerente de recursos humanos da Alta, falou sobre a importância da autoconfiança e das competências que precisam ser desenvolvidas para que a mulher esteja onde ela quiser.
“A competência está acima do gênero. Apesar dos paradigmas que bloqueiam o caminho da mulher, é preciso que ela busque capacitação.
Pois, é a partir da nossa mudança de comportamento, de nossas ações e a de mais pessoas – e incluem-se aqui, os homens – no cenário de incentivo e abertura de portas, é que teremos mais condições de sermos inspiração umas para as outras”, aconselha.
Como é o caso da médica veterinária Guta Alonso, que depois da perda repentina do pai, seu melhor amigo, se viu diante do desafio de assumir a administração da fazenda da família, mesmo com uma filha de apenas seis meses e vivendo um pós parto cheio de complicações.
A paixão pela vida na fazenda dos avós, sua passagem por períodos de estágios e dúvidas entre touros e cavalos, sempre motivaram Guta a seguir em frente na vida profissional, mas desta vez era diferente.
Sem conhecimento sobre administração de pessoas, finanças e assuntos administrativos, e tendo seus próprios empreendimentos em São Paulo, era a pessoa que precisava assumir os negócios do pai no Mato Grosso do Sul. Foi entre seus familiares e amigos que a veterinária encontrou o apoio que precisava para se encorajar.
Um ano mais tarde, Guta havia desenvolvido as habilidades necessárias sobre gestão e as primeiras linhas de uma nova história da Fazenda Elge – seleção de Nelore de linhagem, começava a ser desenhada.
“Quando cheguei, eu e a fazenda fomos nos conhecendo e reconheci que queria dar minha cara à nova gestão, ao contrário disso eu seria uma cópia mal feita do meu pai”, lembra.
Hoje, após seis anos, a intuição de Guta provou que estava certa.
A fazenda Elge coloca cada vez mais touros de destaque e tem crescente contratação. Além de mãe da Maria Luiza e gestora da fazenda que foi do pai, Guta atua como pesquisadora, toca sua fazenda de cavalos com reprodução, pensionato e criação de mangalarga, no Estado de São Paulo e, acreditem, encontrou tempo para uma nova paixão, a fotografia.
“Eu tenho sucesso porque sou feliz. Em minha vida foram vários recomeços e por isso, convido a todas a terem coragem. A gente pode estar em qualquer lugar, não só a mulher, mas todo indivíduo precisa ter o seu lugar”, aconselha.
A médica veterinária Hérica do Prado Pantz, hoje coordenadora técnica da Nelore Grendene, disse que contou com o incentivo da mãe para se encorajar e realizar o desejo de ser veterinária, lugar que, para o pai, seria inconcebível para uma mulher.
“Minha mãe me motivava a ir em frente e fazer diferente do que foi vivido por ela num ambiente familiar patriarcal”, recorda a palestrante.
A confiança nos conselhos da mãe era tanta que Hérica não viu limites e, antes mesmo de se formar, foi a primeira mulher a ser contratada pela Produção Consultoria Rural, em Campo Grande, no Mato Grosso.
“Quando eu me apresentava como funcionária da PCR, as pessoas diziam que não podia ser, porque a Produção não contratava mulheres”, conta a veterinária que muitas vezes teve sua competência colocada à prova.
Para Hérica os desafios de ser mulher e profissional do agro são muitos e envolvem questões como a maternidade e a construção de relacionamentos.
“Quando a gente vai para a área técnica do agro a gente viaja muito e deixa a casa de lado, mas em algum momento a gente vai ter que pensar se quer ser mãe e se quer construir uma família, por exemplo”.
A veterinária reconhece que, especialmente como mulher, nenhuma conquista vem fácil e que é preciso abrir mão de algumas coisas para conquistar outras. Ainda assim, tem uma visão otimista com relação ao futuro feminino no agronegócio.
“Já conquistamos muito espaço em lugares em que existia unanimidade masculina, mas iremos além. Cabe a gente criar espaços e orientar as novas gerações sobre a igualdade equitativa”, finaliza a palestrante referindo-se à importância do evento Mulheres em Alta.
A história da empreendedora Izabela Ribeiro Fiorentini surpreende pela capacidade de encontrar soluções criativas diante das dificuldades.
Quem hoje vê as redes sociais de sua queijaria, com queijos premiados internacionalmente, custa a acreditar que ela está no ramo há pouco mais de três anos e que o negócio surgiu como a única alternativa que teve para não perder quatro mil litros de leite que não poderiam ser transportados devido a uma greve de caminhoneiros.
O mais curioso é que o empreendimento da família foi diversificado por uma fisioterapeuta. Isso mesmo, Izabela é formada na área e chegou a atender pacientes enquanto desenvolvia o negócio.
Ela conta que a fazenda, comprada em 2012, era um desejo de seu sogro e que a família não tinha nenhuma tradição rural.
Os primeiros investimentos na nova propriedade foram equivocados, o que fez com que eles perdessem dinheiro, ainda assim, ela e o marido resolveram abrir uma leiteria que entregasse produto de alta qualidade à cidade de Governador Valadares, em Minas Gerais.
Uma região pouco propícia à atividade devido às altas temperaturas.
Em 2018, Izabela não aceitou a possibilidade de descartar quatro mil litros de leite que não poderiam ser distribuídos em razão da greve dos caminhoneiros e sugeriu ao marido usar aquele volume para produzir queijos, algo que ela havia feito apenas três vezes, em pequena quantidade e na cozinha de sua casa.
Neste dia, ela e o vaqueiro da fazenda produziram as 33 primeiras peças e assim nasceu a queijaria Ribeiro Fiorentini. A partir disso, a insistência de Izabela em divulgar e vender os queijos da família avançou os negócios rapidamente.
Em pouco tempo seus queijos estavam à venda no mercado municipal de Belo Horizonte – espaço tradicional, reconhecido pela venda de excelentes produtos derivados do leite.
Mais estudos trouxeram novos tipos de queijo e com eles a primeira medalha de ouro e, um pouco mais tarde, o reconhecimento internacional: três medalhas no Mondial Du Fromage 2021, importante evento do segmento, realizado na França.
“No agro é difícil produzir, agregar valor, mas é preciso não fechar os olhos para as oportunidades que aparecem. Escute o que o mercado pede”, aconselha Luiza, que hoje se dedica a gestão dos negócios e a criação de suas três filhas.
Assim finalizou o evento que foi elogiado pelas participantes como um espaço necessário de exposição e debate sobre a presença da mulher no agronegócio. “A participação da mulher no agro cresce a cada dia e é isso que mostramos no Mulheres em Alta.
Isso é muito bacana, pois mostra que independente de sermos mulheres ou homens, desde que se tenha vontade e competência, é possível construir uma história de sucesso no setor”, comemora a idealizadora do evento.
Sobre a Alta Genetics
A Alta Genetics é líder no mercado de melhoramento genético bovino do mundo. Com matriz localizada em Calgary, no Canadá, atua em mais de 90 países com nove centrais de coleta: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Holanda e China.
Com 20 anos de história no Brasil, a empresa está sediada na cidade de Uberaba/MG, e tem como missão orientar pecuaristas sobre a melhor maneira de usar a genética aliada ao manejo, nutrição, ambiente, gestão e todos os processos para garantir um animal com todo o seu potencial genético.
O compromisso da Alta é criar valor, entregar o melhor resultado e construir confiança com seus clientes e parceiros, em busca do desenvolvimento da pecuária. Mais informações no website: http://www.altagenetics.com.br
Atenciosamente,
Alessandra Fraga.
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