São Paulo investe R$ 47 bilhões em infraestrutura para desenvolvimento econômico
21 de outubro de 2021Os principais temas ligados à infraestrutura e construção estão sendo debatidos na Paving Hybrid até sexta-feira, dia 22, quando recebe o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas
João Octaviano Machado Neto, secretário de Logística e Transporte do Estado de São Paulo, em seu pronunciamento na Paving Hybrid
Crédito: Vinicius Buarque
Recentemente, o governo do Estado de São Paulo anunciou o investimento de R$ 47,5 bilhões até 2022, para a geração de 200 mil empregos e a previsão de oito mil obras. Segundo João Octaviano Machado Neto, secretário de Logística e Transporte do Estado de São Paulo, na área de logística e transporte estão previstas a recuperação de três mil quilômetros de estradas e dois mil quilômetros de recapeamento das rodovias. “Essa retomada do investimento e do crescimento econômico será alavancado pela infraestrutura”, disse o secretário durante a solenidade de abertura da Paving Hybrid, que vai até sexta-feira, dia 22 de outubro, no Expo Center Norte.
De acordo com Machado Neto, o governo de São Paulo está investindo também para aumentar a capacidade logística e de transporte do estado, aplicando tecnologia e sustentabilidade, incluindo a busca pelo carbono zero. A seu ver, a questão tecnológica pode contribuir para a segurança viária e diminuição de custos operacionais no setor.
Marcos Monteiro, secretário municipal de Infraestrutura e Obras, faz seu discurso na Paving Hybrid
Crédito: Vinicius Buarque
No caso da cidade de São Paulo, Marcos Monteiro, secretário municipal de Infraestrutura e Obras, comentou sobre as duas metas de infraestrutura, que inclui a construção de 14 novos reservatórios, mas que estão sendo planejados 27 novos reservatórios. “Não basta construir, é preciso deixar projetos para as próximas gestões”, explicou. Outro programa tratado por ele foi aquele voltado à manutenção e vistorias das obras de arte da cidade, que é contínuo e consistente, e permeia desde a manutenção simples, como pavimento e gradil, até intervenções mais pesadas, como recuperação e reforço de estruturas.
Monteiro falou sobre a liberação até o final deste ano de 30 licitações em pontes e viadutos, a partir de vistorias realizadas anteriormente e, para o próximo ano, estão previstas mais 80 licitações nessa área. Ainda foi criado o Programa de Recuperação de Áreas de Riscos. Ele ainda falou sobre o trabalho que está sendo realizado em conjunto com o Governo de Estado para anunciar um novo plano de mobilidade na cidade, com a previsão de construir novos corredores, novos terminais e linhas de BRT.
Ainda na solenidade da Paving Hybrid, Guilherme Ramos, diretor da STO Feiras e Eventos, organizadora do evento, ressaltou que em três dias, o público terá a oportunidade de acompanhar o debate dos assuntos mais atuais e relevantes para o desenvolvimento da infraestrutura e da construção. “Também estamos presencialmente no Expo Center Norte, com exposição de empresas e demonstração de produtos”, pontuou.
O senador Giordano também compareceu no evento híbrido e ressaltou a importância da realização da Paving Hybrid e a relevância da infraestrutura, que traz riqueza e desenvolvimento para o país.
Durante o painel Concessionárias de Rodovias, moderado por João Fornari, diretor da Kartado, os participantes foram unânimes ao afirmar a importância da manutenção e de conservação de rodovias para garantir a segurança viária, para a fluidez do tráfego e para o conforto do usuário. “A manutenção é de interesse público, pois o usuário começa a usufruir disso desde o momento que ele entra na rodovia”, disse Victor Junqueira de Magalhães, consultor de negócios da CCR, que acrescentou que um desafio nessa área é a acompanhar a revolução digital, utilizando banco de dados, Machine Learning, Business Intelligence, para que a manutenção possa ser feita no momento correto, de forma mais assertiva.
Sérgio Santillan, presidente da Eixo SP, destacou que os novos contratos são mais exigentes, com parâmetros de desempenho que precisam ser atingidos, uma vez que eles afetam a rentabilidade e a arrecadação da concessionária. Na Eixo SP, 41% dos parâmetros estão voltados ao pavimento, enquanto 38% aos sistemas operacionais, meio ambiente e fluidez de tráfego. Ele falou ainda que os programas de concessões e as concessionárias têm sido, ao longo dos anos, um agente de mudanças significativas para uma maior profissionalização do setor. “Antes, poucas empresas tinham a consciência de cuidar a segurança. E, hoje, já vemos essa mudança cultural, que exige compliance, integração e treinamento”.
Nesse sentido, Lucas Gama, coordenador de orçamento e planejamento da Elo Construções e Instalações, corroborou com a avaliação de Santillan, ao dizer que as prestadoras de serviço precisam se adequar para oferecer suas soluções às concessionárias, a fim de ter uma parceria efetiva e correta. “Estamos sempre buscando evoluções, novas tecnologias, como por exemplo, na conservação de faixas de domínio, cujos equipamentos vieram da agricultura”, comentou. Segundo ele, os prestadores de serviços têm esse desafio de encontrar alternativas e de realizar investimentos para que a conservação das rodovias seja sempre feita com foco na segurança dos usuários e dos colaboradores que trabalham no local.
Sobre acidentes e fatalidades nas rodovias, Mauro Szwarcgun, gerente de planejamento da Dersa, afirmou que atualmente nenhuma morte é viável em uma área de tráfego, seja em uma rodovia estadual, federal ou estrada municipal. “Houve essa mudança de visão zero, onde nenhuma morte é aceitável, e a alteração de que o condutor é o responsável pelo acidente. A visão moderna é compartilhada, ou seja, uma infraestrutura deve ser capaz de perdoar o erro humano, com sinalização ou elementos de segurança sendo projetados para eliminar os riscos inerentes à rodovia”.
Ainda pela manhã, o painel Infraestrutura na Era Digital, contou com as palestras do engenheiro Jefferson Inoue, Fabricio Rossi, Marcel Wallace e Rodrigo Nunes, que mostraram que o ponto central da engenharia é o planejamento e o gerenciamento, a fim de obter sucesso na obra.
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