Polícia Civil emite nota oficial sobre ocorrência envolvendo Delegado Geral

Polícia Civil emite nota oficial sobre ocorrência envolvendo Delegado Geral

17 de fevereiro de 2022 0 Por diadianews

(Foto: Reprodução/Thiago de Souza/Top Mídia)

A Polícia Civil emitiu nota de esclarecimento sobre ocorrência envolvendo o Delegado Geral da Instituição, Adriano Geraldo Garcia, e uma motorista de 24 anos, na noite de ontem (16), na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande. A nota diz que a mulher conduzindo um veículo Renault Kwid teria “interceptado” por várias vezes a trajetória do delegado que seguia pela avenida em um veículo oficial e descaracterizado, o que motivou a perseguição e disparos contra pneus do carro da jovem.

A abordagem teve início após a mulher desrespeitar as normas de trânsito no momento que transita pela avenida. no sentido à Via Parque, furando ao longo do trajeto semáforo com sinal vermelho, além de exceder a velocidade da via e até “fechado” do delgado.

De imediato, o Delegado Geral da PC teria se identificou como policial por meio de sinais luminosos intermitentes e sonoros da viatura, determinando ao outro condutor que parasse, contudo, a condutora não obedeceu, dando continuidade na fuga com manobras evasivas e perigosas.

A nota afirma que em dado momento da perseguição, o delegado conseguiu realizar uma manobra de forma a impedir que o veículo continuasse a transitar, descendo e novamente se identificando como policial e determinando que a suspeita descesse do carro. Contudo, a ordem não foi obedecida e com isso, Adriano efetuou dois disparos nos pneus do Kwid.

A motorista, novamente, deu continuidade a fuga, sendo então efetuado um terceiro disparo contra pneu do veículo. Mesmo assim, com pneus furados, a mulher realizou um retorno em sentindo contrário, depois de passar por cima de canteiro central da avenida, tentando se desvencilhar da abordagem.

Somente veio a parar próximo a uma escola de inglês, após ser novamente interceptada pelo policial.

Ainda na nota, a Polícia Civil alegou que após a abordagem, a mulher recusou-se a sair do interior do carro, permanecendo por aproximadamente meia hora. Ela ainda teria tentado engolir um chip de uma câmera “GoPro” que estava no veículo Renault Kwid, porém fato negado pela jovem. Tal chip foi entregue pelo advogado da condutora ao delegado plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro para onde ela foi conduzida.

Confira a nota na íntegra:

A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul vem a público se manifestar acerca de abordagem realizada pelo Delegado-Geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo.

Conforme identificado o Delegado-Geral transitava conduzindo um veículo oficial pela avenida Mato Grosso, quando teve sua trajetória interceptada algumas vezes pelo veículo Renault Kwid expondo a grande risco os demais condutores da via e os transeuntes que caminhavam nas imediações.

Imediatamente Adriano Garcia Geraldo, que ainda conduzia a viatura, se identificou como policial por meio de sinais luminosos intermitentes e sonoros da viatura, determinando ao outro condutor que parasse, contudo, o outro condutor não obedeceu valendo-se de manobras evasivas e perigosas e continuou seu trajeto, na tentativa de evadir-se (o que configura Desobediência – Art. 330 – pena prevista de 15 dias até 6 meses de detenção e multa – e Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente – Art. 132: Pena – detenção, de três meses a um ano, do Código Penal).

O Delegado-Geral conseguiu realizar uma manobra de forma a impedir que o veículo continuasse a transitar (obstruindo sua trajetória), momento em que desembarcou da viatura e em abordagem padrão, saindo do veículo e colocando-se próximo à porta do automóvel em que estava a condutora, novamente se identificando como policial civil, determinou que a mesma desembarcasse do veículo.

Não obedecendo a ordem, a condutora efetuou novas manobras no intuito de atingir o Delegado-Geral e evadir-se, vendo-se este obrigado a, utilizando-se dos meios proporcionais à agressão sofrida, realizar dois disparos contra os pneus do veículo, de forma a evitar um possível atropelamento.

A condutora continuou a fuga e mais à frente, novamente o Delegado alcançou-a determinando que parasse, contudo, tal comando novamente não foi obedecido e então foi efetuado o terceiro disparo no pneu dianteiro direito do veículo.

Mesmo com três pneus atingidos a condutora ainda acessou a via, realizando um retorno em sentindo contrário, subindo, desta feita, o canteiro central da Av. Mato Grosso, tentando se desvencilhar da abordagem, e somente parou próximo a uma escola de inglês, após ser novamente interceptada pelo policial.

Foi acionado reforço pelo Delegado e mesmo com a presença de outros policiais civis e militares a condutora recusou-se a sair do veículo, o que somente veio a fazer após um longo período (mais de 30 minutos).

Toda a ação teria sido filmada por uma câmera do tipo “GoPro” que estava no interior do veículo Renault Kwid, com a parte da frente do citado equipamento voltada para a via pública, o que teria proporcionado tal registro.

Foi testemunhado por um Policial Militar que a condutora de referido automóvel teria tentado engolir um chip que estava no interior de citado equipamento de filmagem.

Questionada sobre a atitude, a condutora do veículo Renault Kwid inicialmente negou a referida ação, posteriormente, contudo, entregando, já na Delegacia de Polícia, um chip a seu advogado, o qual foi entregue à Autoridade Policial Plantonista para realização de perícia.    

A ocorrência foi apresentada na DEPAC, onde estão sendo colhidos os depoimentos e adotadas as demais medidas.

A Polícia Civil reforça que a ação do Delegado Geral foi tomada em cumprimento ao dever legal de agir de um policial que se depara com situação de clara afronta à Lei, e que colocou em risco, não só a vida do próprio agente de segurança mencionado, mas também dos outros condutores e pedestres que estavam no local da ocorrência. A reação adotada pelo agente público (disparos efetuados em direção ao pneu do veículo) foi proporcional e necessária frente a agressão sofrida, sendo único meio eficaz, naquele momento, a fazer cessar a ação contrária à Lei”.   

Enfoque MS