Fenae busca no Congresso revogação de medidas que limita custeio das estatais aos planos de saúde

Fenae busca no Congresso revogação de medidas que limita custeio das estatais aos planos de saúde

25 de novembro de 2023 0 Por diadianews

Nesta quarta-feira (23), o relator do projeto que suspende a CGPAR 42, deputado federal Reimont Otoni (PT/RJ), apresentou, na Câmara, parecer favorável à revogação

Foto: Fenae

Brasília, 24/11/2023 – Depois da indisposição do governo em atender a solicitação dos trabalhadores pela revogação da Resolução 42 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), que prejudica direitos trabalhistas e limita em 50% o custeio das estatais aos planos de saúde dos seus empregados, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) busca a suspensão da medida no Congresso Nacional. 

 “Naturalmente, esperávamos que a iniciativa de revogar a CGPAR viesse do governo, já que foi estabelecida durante a gestão Bolsonaro e é extremamente prejudicial aos trabalhadores. Infelizmente, não recebemos esse gesto, então vamos buscar a suspensão no Congresso”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

A expectativa é a aprovação do PDL 313/2022, de autoria do deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS), que suspende os efeitos da CGPAR 42. Nesta quinta-feira (23), o deputado Reimont Otoni (PT/RJ), relator do projeto na Comissão de Administração e Serviço Público (Casp), protocolou parecer favorável à aprovação do PDL

Após a apresentação do parecer na Câmara, o deputado conversou com a Fenae sobre as expectativas de aprovação do projeto. Ele explicou que está em negociação com o presidente da Casp, Bruno Farias (Avante/MG), para aprovar o relatório na próxima terça-feira [28]. Se aprovado, segue para Comissão de Constituição e Justiça e, posteriormente, para o Plenário.

Em apoio aos trabalhadores, ele esteve na reunião de representantes de empregados das estatais com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) na quarta-feira (22). No encontro, o governo demonstrou indisponibilidade para atender ao pedido dos trabalhadores pela anulação da CGPAR 42. 

“A gente sabe que o governo tem realizado progressos. Ampliou o Bolsa Família, a política de cotas, retomou as obras paradas, está colocando o Pac [Programa de Aceleração do Crescimento] para funcionar, avançou na cultura, na educação, na saúde. A gente não tem dúvida disso. Mas esta [revogação da CGPAR 42] também é uma demanda dos empregados dos setores públicos”, observou o deputado.

Reimont também expressou outra expectativa. “Esperamos que o governo repense e perceba que pode revogar a CGPAR 42 e fazer alguns trabalhos institucionalizados. Existem empresas que têm condições de resolver com os patrões [questões] sobre os planos de saúde, como a Caixa, o Banco do Brasil, a Petrobras, por exemplo, mas tratá-las como se todas dependessem do Tesouro tem sido muito ruim”, avaliou.

Ao PDL 313/2022 estão apensados outros projetos com o mesmo objetivo de suspender a resolução – o PDL nº 328/2022, da senadora Leila Barros (PDT/DF), já aprovado no Senado; o PDL nº 324/2022, do deputado Daniel Almeida (PcdoB/BA); o PDL nº 325/2022, do deputado Glauber Braga (Psol/RJ) e o PDL 327/2022, do deputado José Ricardo (PT/AM).

Ato pela revogação da CGPAR 42

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e entidades representativas dos trabalhadores das estatais farão um ato pela suspensão da Resolução no dia 29 de novembro, quarta-feira, a partir das 10h, em frente ao Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público (Esplanada dos Ministérios – Bloco K).