Embrapa e INPI divulgam informações tecnológicas sobre bioinsumos na agricultura

Embrapa e INPI divulgam informações tecnológicas sobre bioinsumos na agricultura

19 de janeiro de 2024 0 Por Marco Murilo de Oliveira

Estudo traz informações detalhadas e robustas sobre tecnologias depositadas em bases de patentes nacionais e internacionais

Já está no ar a edição 38 do Radar Tecnológico, sobre o tema “Bioinsumos da Agricultura: Inoculantes”, uma publicação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), desenvolvida em parceria com a Embrapa. O estudo fornece subsídios para o Programa Nacional de Bioinsumos (PNB), que tem como o objetivo ampliar e fortalecer a utilização de bioinsumos em benefício da agricultura brasileira. Também subsidia o fomento de cadeias agroindustriais sustentáveis, sob a ótica de uma nova política industrial, em debate e elaboração pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial.

“Este estudo traz informações detalhadas e robustas sobre tecnologias depositadas em bases de patentes nacionais e internacionais, gerando mais eficiência e uma abordagem mais estratégica para a tomada de decisão em assuntos nacionais relacionados as possibilidades de bioinsumos na agricultura”, aponta Simone Tsuneda, supervisora de Propriedade Intelectual da Diretoria de Negócios da Embrapa.

Desde o ano 2000, 954 pedidos de patente de inoculantes foram depositados no Brasil, segundo dados coletados da base de informação tecnológica do INPI – BINTEC. No mundo, foram 44.017 famílias de patentes, segundo dados da Derwent World Patent Index, sendo que a China apresenta uma atividade massiva e crescente de depósitos neste campo tecnológico, correspondendo por 80% do total.

“Os países que mais produziram invenções relacionadas a inoculantes, além da China, são Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia, Japão, Índia, Alemanha, Indonésia, Brasil e Ucrânia. No Brasil, os pedidos de instituições residentes correspondem a 18% do total, e dentre elas, a Embrapa é a que mais depositou patentes de inoculantes neste período”, revela Silvia Souza de Oliveira, pesquisadora Divisão de Estudos e Projetos da Diretoria de Patentes do INPI e uma das autoras da publicação. Para acessar o estudo completo, clique aqui. Para uma visão mais detalhada, acesse o painel de dados neste link.

De acordo com a legislação brasileira, os inoculantes são produtos à base de microrganismos, como bactérias e fungos, capazes de proporcionar crescimento e desenvolvimento para as plantas, através da fixação do nitrogênio e mobilização do fósforo e do potássio, ou realizar o controle biológico de pragas e doenças.

“Este é um dos temas prioritários da nova gestão da Embrapa, a fim de atender demandas crescentes de políticas públicas e de mercado, sobretudo aquelas ligadas à produção de insumos agrícolas nacionais mais eficientes e sustentáveis, a partir da biodiversidade brasileira”, explica Simone Tsuneda.

Atualmente, a Embrapa mantém 10 coleções de microrganismos com 60.557 registros de linhagens na Plataforma Alelo Recursos Genéticos, com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Para saber mais, clique aqui). Também disponibiliza no Portal da Embrapa mais de 30 soluções tecnológicas para parceria, com expressivo potencial para trazer inovações tecnológicas que gerem impacto na agricultura brasileira.

Um dos exemplos mais conhecidos é a tecnologia para fixar o nitrogênio do ar nas raízes das plantas por meio de bactérias, conhecida como Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), desenvolvida pela Embrapa. Atualmente, esta tecnologia está presente em aproximadamente 75% da área cultivada de soja no país, gerando uma economia anual de cerca de 13 bilhões de dólares, pela substituição do uso de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja.

Radar Tecnológico

Elaborado pela Divisão de Estudos e Projetos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o Radar Tecnológico analisa a informação tecnológica contida em bases de patentes, em temas prioritários do Governo Brasileiro e instituições parceiras.

“O objetivo é apoiar políticas públicas ao identificar gargalos e dificuldades em setores estratégicos da economia, além de subsidiar novos projetos de pesquisa e desenvolvimento, a partir da disponibilização de dados detalhados sobre tecnologias inovadoras do Brasil e do mundo”, explica Irene von der Weid, chefe da Divisão de Estudos e Projetos da Diretoria de Patentes do INPI.

O primeiro estudo desenvolvido com a participação da Embrapa foi o Radar Tecnológico de Fertilizantes, lançado em fevereiro de 2023, em apoio ao Plano Nacional de Fertilizantes do Governo Federal. Para ter acesso a este e outros estudos do Radar Tecnológico, clique aqui.

Embrapa – Assessoria de Imprensa