FecomercioSP: confiança do comércio cresce na capital paulista em janeiro
31 de janeiro de 2024Indicador demonstra alta de 1,8% em relação a dezembro, influenciado pela melhora da percepção atual e pela adequação dos estoques
Em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) cresceu 1,8%, na comparação com o mês anterior. O indicador, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), avalia a percepção dos comerciantes paulistanos em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. As avaliações quanto ao momento atual e à adequação dos estoques foram as principais variáveis que influenciaram o resultado.
Frente a essa alta, o ICEC alcançou 108 pontos, deixando os 106,1 pontos registrados no mês de dezembro. Entretando, na comparação anual, o índice continua em queda (-5,2%). Apesar da melhora mensal, a FecomercioSP acredita que os resultados dos últimos meses revelam uma percepção desfavorável por parte dos empresários, o que sinaliza um ritmo mais lento da economia neste início de ano. Para a Entidade, embora tenham ocorrido avanços macroeconômicos, os resultados dessas conquistas ainda não estão sendo captados no cotidiano dos comerciantes.
O ICEC é composto por três subíndices. O primeiro deles, o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), apontou alta de 9% em relação ao último mês de 2023 (influenciando fortemente o resultado geral, como já sinalizado acima). Já o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) apontaram quedas de 0,3% e 0,9%, respectivamente. Na base de comparação anual, os três subíndices demonstraram quedas: o primeiro, de 15,6%; o segundo, de 0,4%; e o terceiro, de 1,5%.
Índice de Expansão do Comércio (IEC)
A intenção dos empresários em relação a contratações, compra de máquinas ou de equipamentos e abertura de novas lojas retraiu 1% no primeiro mês do ano, segundo o estudo da FecomercioSP. O IEC saiu dos 106,4 pontos, em dezembro, para os 105,3 pontos. Na comparação com janeiro do ano passado, o indicador caiu 5,1%. Já o subíndice que mede as expectativas para contratação de funcionários recuou 1,6%, ao passo que o nível de investimento das empresas diminuiu 0,3%. Na comparação interanual, os dois indicadores obtiveram resultados negativos de 4,7% e 5,5%, respectivamente.
Índice de Estoques (IE)
Em janeiro, o Índice de Estoques (IE), por sua vez, subiu 4,7%, demonstrando, como apontado anteriormente, a sua importância para a melhora da confiança do empresariado. O indicador saiu dos 112,4 pontos, em dezembro, para os atuais 117,6. Em comparação com janeiro do ano passado, também houve crescimento: a variação foi de 2,7%. A proporção dos empresários que consideram a situação dos estoques adequada subiu 2,6%, seguindo superior àquela que relata inadequação: 58,8% contra 41,2%, respectivamente.
A porcentagem que alegou situação inadequada por estar acima do desejado caiu 1%, passando para 23,1% do total. Já a parcela que considerou o estoque inadequado por estar abaixo do desejado retraiu 1,6%, terminando o primeiro mês do ano em 18,1%.
A orientação da FecomercioSP para os negócios, neste início de ano, é focar em ações estratégicas que permitam mitigar as dificuldades. Nesse sentido, manter um fluxo de caixa racional e agir com cautela diante do endividamento e da inadimplência são algumas das atitudes que podem ser tomadas. No primeiro caso, estender ao máximo os vencimentos de dívidas pode ser uma opção para não atrapalhar o orçamento da empresa, por exemplo.
Outras ações de gerenciamento empresarial incluem: oferecer menor custo fixo e manter um estoque adequado para otimizar a necessidade de capital de giro. Além disso, é essencial respeitar a margem de contribuição dos produtos, evitando a venda a qualquer custo, sem garantir que esse crescimento também represente aumento nos lucros. Por fim, seguir um ciclo financeiro correto deve estar na meta dos empresários, afirma a Federação.
Notas metodológicas
ICEC
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar de esta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
IE
O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda a curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentrou no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
Assessoria de imprensa FecomercioSP