Entregador é impedido de subir em elevador por moradora no Rio de Janeiro e denuncia preconceito

Entregador é impedido de subir em elevador por moradora no Rio de Janeiro e denuncia preconceito

7 de fevereiro de 2024 Off Por diadianews

Mulher aparece em vídeo barrando a entrada do entregador no elevador do prédio; lei municipal proíbe restrições ao uso de elevadores

Redação Terra Redação Terra 

7 fev 2024 – 09h22
(atualizado às 10h46)
Compartilhar
Exibir comentários
Resumo
Um entregador denunciou uma moradora de um prédio que o impediu de entrar no elevador por injúria por preconceito, no Rio de Janeiro. Ela segurou a porta do elevador para impedir que o rapaz entrasse. Uma lei municipal proíbe a discriminação no uso de elevadores.
Entregador negro é impedido por moradora de usar ‘elevador social’ em condomínio no RJ:

ASSISTINDO
Entregador negro é impedido por moradora de usar 'elevador social' em condomínio no RJ
Mulher usa termos homofóbicos ao discutir com homens em SP: 'Sou de família tradicional'
Falso massagista é preso após assediar mulheres em lojas

Um entregador de água foi impedido por uma moradora de ir até o apartamento de um condomínio em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e denunciou a mulher por injúria por preconceito. Ela impediu a passagem do rapaz para que ele não entrasse junto com ela no elevador.

Segundo reportagem da TV Globo, o entregador, João Eduardo Silva de Jesus, estava fazendo sua última entrega do dia para um morador daquele prédio. Quando ele foi pegar o elevador para subir, se deparou com a vizinha de seu cliente.

Notícias relacionadas
“Sou mulher, sou preta, sou gorda”, disse Cacau Protásio Foto: Reprodução: Instagram/cacauprotasiooficial
Cacau Protásio é alvo de ataques preconceituosos após ganhar direito a indenização por ataques racistas de bombeiros
Vini Jr foi alvo de racismo mais uma vez durante partida do Campeonato Espanhol Foto: EPA / Ansa – Brasil
LaLiga denuncia novo caso de racismo contra Vini Jr.
Jade Picon sofreu assédio aos 15 anos de idade Foto: Márcia Piovesan
Jade Picon revela que sofreu assédio em elevador: “Foi traumático”


Entregador é impedido de subir em elevador por moradora no Rio de Janeiro e denuncia preconceito
Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com outros moradores, o nome da mulher é Cláudia. Em um vídeo feito por João, ela insiste para que ele não entre com os fardos de garrafas de água, e obstrui a passagem, mandando o rapaz pegar o elevador “de serviço”.

O entregador tenta explicar à mulher que existe uma lei municipal de 2003 que proíbe a discriminação no uso de elevadores, no Rio de Janeiro. Desde então, não há diferenciação entre elevadores “de serviço” e “social” em prédios, e o uso pode ser feito por qualquer pessoa.

“Você não vai subir aqui, não”, diz Cláudia. “Por que eu não vou subir?”, pergunta o entregador. “Pela sua ousadia”, responde ela. “Me diz onde está a ousadia”, rebate ele. “[Você falou] que não existe elevador de serviço”. “Isso é uma lei agora. A senhora não sabe? Se a senhora não sabe, está sabendo agora. E eu vou subir sim”, argumentou João.

Enquanto os dois discutiam, o elevador ficou parado no térreo. Outras pessoas chegaram para pegar o elevador, e João pediu que chamassem o porteiro, para ajudá-lo. As visitantes tentaram ajudar o rapaz, enquanto Cláudia, a moradora, insistia que o entregador usasse outro elevador.

Em entrevista à TV Globo, as visitantes disseram que foram xingadas por Cláudia, que gritava com elas. A moradora continuou insistindo para que João não entrasse no elevador. O porteiro precisou intervir e pediu que o entregador saísse do elevador, para evitar desgaste.

Moradores explicaram à reportagem da emissora que o elevador teve a placa de “serviço” trocada pela palavra “funcional” e, mesmo assim, o uso é comum para qualquer pessoa. O botão chama os dois elevadores ao mesmo tempo, e o que chegar primeiro, deve ser utilizado pelo morador ou entregador.

A lei que impede qualquer tipo de discriminação no uso dos elevadores na cidade é a lei municipal 3.629/2003. Ela dispõe que fica vedada qualquer forma de discriminação em virtude de raça, sexo, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não contagiosa por contato social no acesso aos elevadores existentes no Município do Rio de Janeiro e que o transporte de pessoas se dará pelo chamado elevador social.

João Eduardo registrou um boletim de ocorrência por injúria por preconceito, artigo 11 da lei do racismo que prevê prisão de 1 a 3 anos para quem impedir o acesso social de edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escadas de acesso.

A moradora não se manifestou sobre o caso. O condomínio lamentou o ocorrido, disse que não concorda com a atitude e que os elevadores são liberados para todos.

+Os melhores conteúdos no seu e-mail gratuitamente. Escolha a sua Newsletter favorita do Terra.

Clique aqui!

Fonte: Redação Terra

Entregador negro é impedido por moradora de usar ‘elevador social’ em condomínio no RJ

https://www.terra.com.br/nos/videos/entregador-negro-e-impedido-por-moradora-de-usar-elevador-social-em-condominio-no-rj,df93672b4f9a7b01a1c51516bd0c9302pkf4pv4k.html

Entregador negro é impedido por moradora de usar ‘elevador social’ em condomínio no RJ. João Eduardo Silva de Jesus gravou parte da discussão após ser surpreendido ao tentar fazer o seu trabalho em Jacarepaguá. Nas imagens, a moradora fica em frente à porta e impede que o elevador funcione enquanto diz que não irá deixar que o jovem utilize o transporte. A mulher ainda diz ao entregador que é “condômina” e “paga condomínio” para justificar a sua atitude. Uma outra mulher aparece em determinado momento e afirma que “todo mundo usa esse” ao se referir ao elevador alvo de debate. Em 2023, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sancionou a Lei n° 7.957/2023, que proíbe a distinção dos elevadores por nome de “social” e “de serviço”. A medida teve o objetivo de “coibir qualquer tipo de discriminação e proporcionar o dinamismo para o acesso a estabelecimentos privados”. Uma lei municipal de 2003 também já vedava qualquer tipo de discriminação no uso dos elevadores existentes na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a TV Globo, um boletim de ocorrência foi registrado como injúria por preconceito; o artigo prevê prisão de 1 a 3 anos.

Fonte: Redação Terra