Após visita à usina nuclear Angra 1 no Brasil, agência da ONU vê exemplos para o mundo

Após visita à usina nuclear Angra 1 no Brasil, agência da ONU vê exemplos para o mundo

17 de junho de 2024 Off Por Marco Murilo de Oliveira

Na Usina Nuclear de Angra 1, especialistas da Aiea elogiaram processos para avaliar e melhorar gestão de envelhecimento das instalações, uso de inteligência artificial e soluções informáticas; nova missão de acompanhamento deve acontecer em 2026.

Especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, publicaram nesta sexta-feira uma avaliação de segurança operacional de longo prazo da Usina Nuclear de Angra 1 no Brasil. 

Os dados foram produzidos após 10 dias de inspeções e diálogo com a equipe das instalações e indicam ter havido “progresso nas medidas tomadas para garantir operação segura de longo prazo.”

Operação segura de longo prazo

Situada a 150 quilômetros a oeste do Rio de Janeiro, a Usina Nuclear de Angra 1 entrou em operação comercial em 1985 e tinha licença garantida até dezembro de 2024.

Os dados preliminares ressaltam “o profissionalismo, a abertura e a receptividade” da operação brasileira no sentido de fazer melhorias para atender e ir além dos padrões de segurança e operação da Aiea. O relatório final será produzido em três meses.

O líder da equipe, Gabor Petofi, indicou que a maioria das atividades de gerenciamento de envelhecimento e operação segura de longo prazo já estão alinhadas com os Padrões de Segurança da agência da ONU. 

O também o diretor Sênior de Segurança Nuclear da Aiea destaca entre as sugestões “abordar as constatações da revisão e seguir com a implementação de todas as atividades restantes para operação segura de longo prazo”. 

Uso de inteligência artificial

Na visita à primeira usina nuclear brasileira, a equipe deu nota positiva às práticas e as atuações da usina “a serem compartilhadas com a indústria nuclear globalmente”.

Entre os exemplos estão o processo de aprovação para avaliar e melhorar regularmente os programas de gerenciamento de envelhecimento. A ferramenta de software desenvolvida para determinar as inspeções oportunistas de componentes também foi elogiada. 

Os técnicos enfatizaram ainda o uso de inteligência artificial para determinar a vida útil qualificada do equipamento da usina brasileira. 

A equipe fez recomendações para “aperfeiçoar ainda mais os preparativos para operação segura de longo prazo. Estas incluem que a usina considere “abordar e implementar de forma consistente todos os atributos do programa de gerenciamento de envelhecimento para estruturas civis”. 

Entre outros passos estão melhorar o processo de modificações temporárias de projeto para operação segura de longo prazo e implementar um programa abrangente de qualificação de equipamentos. 

Missão de acompanhamento em 2026

A liderança da usina expressou determinação em abordar as áreas identificadas para promover avanços e deverá convidar uma missão de acompanhamento do Aspectos de Segurança da Operação de Longo Prazo em 2026.

De acordo com o superintendente da Angra 1, Abelardo da Cruz Viera, as constatações sobre os Aspectos de Segurança da Operação de Longo Prazo ajudarão a garantir uma conclusão segura e confiável dessas atividades e melhorar o desempenho para o próximo ciclo de operação da usina.

A Aiea realizou visitas a Angra 1 em 2013 e 2018, seguidas por um acompanhamento para revisar a segurança de longo prazo da unidade em 2022.

ONU