Técnica cirúrgica estimula restauro cerebral de pacientes com Mal de Parkinson

Técnica cirúrgica estimula restauro cerebral de pacientes com Mal de Parkinson

10 de setembro de 2024 Off Por

Estimulação cerebral profunda ajuda os neurônios a “reaprender” movimentos perdidos e se consolida como opção para melhorar a qualidade de vida dos portadores

O Mal de Parkinson é uma doença cerebral degenerativa grave que afeta cerca de 1% da população mundial com mais de 65 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.

Trata-se da segunda enfermidade neurodegenerativa mais comum, depois apenas do Alzheimer. Descoberta em 1817, ela se caracteriza por tremores, instabilidade postural e dificuldades motoras, que prejudicam diretamente a qualidade de vida e independência dos portadores.

Apesar de não ter cura, há tratamentos que visam controlar a progressão da doença e reduzir a intensidade dos sintomas. Entre as opções, que envolvem medicamentos e terapias, se destaca a possibilidade de intervenção cirúrgica para estimulação cerebral profunda (DBS).

Apesar de descoberta nos anos 80, a técnica é pouco conhecida pelo público e usa nanotecnologia para estimular neurônios degenerados, ajudando-os a “reaprender” movimentos perdidos, melhorando significativamente os sintomas.

“A técnica transforma a degradação em movimento. No Brasil, a primeira cirurgia ocorreu em 2004, e nos últimos anos, se tornou mais acessível no país, se consolidando como uma alternativa de tratamento para casos que encaixam nos requisitos pré-operatórios”, explica Diego Zanotti Salarini, neurologista do Hospital São Luiz Jabaquara, da Rede D’Or.

Inicialmente indicada para casos avançados, a DBS agora também é usada em estágios intermediários da doença, após dois ou três anos de tratamento convencional.

“Esse período é importante, pois garante que o paciente seja resistente a contraindicações e medicamentos de risco. Além disso, o tempo é crucial para confirmar o diagnóstico de Parkinson, já que outras doenças podem ter sintomas semelhantes”, destaca o médico.

Entre os impeditivos clínicos para realizar a cirurgia estão problemas vasculares, uso de medicamentos que bloqueiam a dopamina, histórico de demência e quadros psiquiátricos.

“Se não houver impedimentos, realizamos a técnica. Em 2016, a Anvisa aprovou seu uso para tratar a distonia muscular, que provoca reflexos involuntários. Essa aprovação ampliou as opções de tratamento para outros problemas motores”, comenta Salarini.

O Hospital São Luiz Jabaquara, parte da Rede D’Or de Saúde, oferece uma equipe completa de neurologistas que acompanham o paciente desde a avaliação inicial até o cuidado pós-cirúrgico. A equipe inclui especialistas em neurocirurgia funcional e neurofisiologia interoperatória para garantir a precisão do procedimento.

“Como a cirurgia é eletiva, ou seja, não de urgência, todo cuidado é tomado para minimizar danos e ser o menos invasiva possível”, acrescenta o médico.

Agência VFR