Com apoio da tecnologia, gestão hospitalar inteligente reduz tempo de internação de pacientes

Com apoio da tecnologia, gestão hospitalar inteligente reduz tempo de internação de pacientes

23 de outubro de 2024 Off Por

Integração da rotina de hospitais com sistemas avançados de monitoramento de leitos agiliza atendimentos e torna gestão de recursos mais eficiente

A otimização de processos, comum no mundo corporativo, está revolucionando também o ambiente hospitalar. Com o uso de sistemas avançados, hospitais monitoram em tempo real dados essenciais para a gestão de leitos, altas médicas e emergências. São painéis dinâmicos, inteligências artificiais e ferramentas digitais que facilitam a tomada de decisões e aceleram o atendimento. Em hospitais de Curitiba (PR), a adoção dessas tecnologias está aumentando a eficiência dos serviços, permitindo que mais pacientes sejam atendidos em menos tempo, sem comprometer a qualidade do cuidado.

Nos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, uma central de comando otimiza a ocupação dos leitos, acelerando a rotatividade, reduzindo o tempo de espera e ampliando a capacidade de atendimento. Desde o início de 2024, o Command Center funciona como uma torre de controle de aeroporto, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, para agilizar as decisões sobre internações, tratamentos e altas dos pacientes. “A partir do momento em que temos um giro de leito maior, conseguimos disponibilizar mais vagas rapidamente, o que é fundamental no contexto do atendimento pelo SUS no Hospital Universitário Cajuru, pois significa atender uma quantidade maior da população”, explica o gerente administrativo dos hospitais, Leonardo Barchik.

A implementação do Command Center resultou na redução do tempo de espera por leito em meia hora no Hospital São Marcelino Champagnat, de julho até setembro de 2024, e na diminuição de 4,6% para 2% na taxa de reinternação na UTI do Hospital Universitário Cajuru, ao comparar os meses de março a junho de 2023 com o mesmo período deste ano. “Diante do grande volume de pacientes, especialmente no pronto-socorro, conseguimos estabelecer prioridades com base na gravidade dos casos e no tempo de espera, garantindo que ninguém fique sem atendimento”, ressalta Barchik. Essa aplicação da tecnologia nos processos internos hospitalares não apenas otimiza o atendimento, mas também contribui para um sistema de saúde mais ágil e humanizado, proporcionando uma experiência melhor para os pacientes.

Trajetória do paciente

À medida que a demanda por serviços de saúde cresce, a otimização dos processos hospitalares se torna cada vez mais crucial. Desde sua implementação no segundo semestre de 2022, a ferramenta UpFlux, que complementa o Command Center, tem desempenhado um papel fundamental na rotina dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, proporcionando uma visão detalhada sobre a jornada do paciente. 

Essa inteligência artificial monitora cada etapa do atendimento, desde a triagem até a alta, garantindo que as diretrizes de qualidade e segurança assistencial sejam seguidas rigorosamente. “Com o UpFlux, conseguimos acompanhar a jornada do paciente de forma mais precisa, o que nos permite agir rapidamente quando há desvios no tratamento”, explica Leonardo Barchik.

Ao integrar dados de consultas médicas, exames e procedimentos cirúrgicos, o UpFlux  auxilia as equipes hospitalares a implementar intervenções de forma oportuna e precisa. Graças a essa abordagem, a média de permanência dos pacientes no Hospital Universitário Cajuru foi reduzida de 6,6 para 4 dias em apenas um ano, resultando em uma diminuição de quase 40% na ocupação dos leitos. “Esse avanço não é apenas um ganho significativo em termos de eficiência operacional, mas, o mais importante, reflete na qualidade do atendimento oferecido aos pacientes, que podem retornar para casa mais rapidamente, com uma experiência mais satisfatória e segura”, complementa Barchik.

Medicina olho no olho

A Inteligência Artificial (IA) é, por vezes, vista como algo que pode prejudicar a interação humana. No entanto, há exemplos práticos que demonstram o contrário. O cardiologista Gustavo Lenci Marques, que atua nos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, utiliza ferramentas de IA que facilitam uma maior conexão com os pacientes. No consultório, ele utiliza a inteligência artificial generativa. Enquanto o paciente relata seu histórico de saúde e suas queixas, a ferramenta de IA absorve essas informações e as converte em texto. Assim, o médico não precisa fazer os registros manualmente durante a consulta, o que possibilita um atendimento mais atencioso e direto.

“Em vez de ficar olhando para o computador, o médico pode manter contato visual com o paciente. Em vez de digitar a receita, o médico conversa com o paciente, explicando, por exemplo: ‘você deverá tomar tantos miligramas deste medicamento, tantas vezes ao dia’. A ferramenta de IA, ouvindo, transcreve essas orientações em uma receita. Isso beneficia imensamente o paciente, pois eleva a qualidade do atendimento recebido. O médico também é beneficiado, já que não perde tempo com tarefas burocráticas. Esse processo torna o atendimento mais eficiente e fortalece a relação entre médico e paciente”, reflete o cardiologista.

Para o médico, a IA já faz parte do presente e, segundo ele, será a grande responsável pela evolução da Medicina. “Estamos presenciando uma nova revolução. Nos anos 1990 e 2000, vivenciamos a revolução da internet. Atualmente, estamos na era da revolução da inteligência artificial. Muitas pessoas temem essa mudança, mas é essencial  reconhecermos a IA como uma ferramenta que potencializa a ação do médico, servindo de suporte, e não de substituição. Esse é o foco do nosso trabalho”, conclui o especialista.

Em um ano de uso, ferramenta UpFlux diminuiu tempo de permanência de pacientes no Hospital Universitário Cajuru de 6,6 para 4 dias. Foto: Divulgação

Sobre o Hospital São Marcelino Champagnat

O Hospital São Marcelino Champagnat faz parte do Grupo Marista e nasceu com o compromisso de atender seus pacientes de forma completa e com princípios médicos de qualidade e segurança. É referência em procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade. Nas especialidades destacam-se: cardiologia, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia geral e bariátrica, além de serviços diferenciados de check-up. Planejado para atender a todos os quesitos internacionais de qualidade assistencial, é o único do Paraná certificado pela Joint Commission International (JCI).

Sobre o Hospital Universitário Cajuru

O Hospital Universitário Cajuru é uma instituição filantrópica com atendimento 100% SUS e com a certificação de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível 1. Está orientado pelos princípios éticos, cristãos e valores do Grupo Marista. Vinculado às escolas de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), preza pelo atendimento humanizado, com destaque para procedimentos cirúrgicos, transplante renal, urgência, emergência, traumas e atendimento de retaguarda a Pronto Atendimentos e UPAs de Curitiba e cidades da Região Metropolitana.

Central Press