Levantamento da ABIPLA mostra que mais de 96% dos fabricantes de produtos de limpeza são micro e pequenas empresas
30 de outubro de 2024No mês do Empreendedor, a associação que representa os fabricantes de saneantes destaca as potencialidades do setor. Expansão dos mercados de bairro, comércio digital e produtos “White Label” ou com produção terceirizada, aparecem em crescimento desde a pandemia do COVID-19.
Dados divulgados na edição 2024 do Anuário da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, apontam que o setor de produtos de limpeza é composto por 2,7 mil pessoas jurídicas.
Desse total, mais de 2,6 mil são micro (2,3 mil) e pequenas empresas (cerca de 300), o que equivale a 96,4% do total do número de fabricantes.
“Essas companhias atuam em diversos segmentos e se integram perfeitamente à cadeia produtiva, podendo fabricar desde insumos que serão usados na produção de outro saneante até produzir e distribuir para o mercado consumidor”, explica Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, ressaltando as oportunidades para empreendedores no setor. “O nosso setor vive um momento de crescimento e ainda há muito espaço para empreender com produtos de limpeza”, completa.
Segundo dados divulgados pelo IBGE, a produção física de saneantes cresceu 12,3% no acumulado de janeiro a agosto de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023 e este ano deve registrar o pico histórico de produção.
“Após um período desafiador na pandemia, com dificuldades de abastecimento nas cadeias produtivas e alta nos custos de fabricação de produtos de higiene, limpeza e saneantes, o setor encontrou formas de estabilizar a produção, tem apresentado reajuste menor do que a inflação, além de ter mantido o fluxo de lançamentos, com a constante renovação de linhas baseadas nos mais modernos conceitos de ESG”, diz.
Segmentos em alta – Crescem mercados de bairro, vendas on-line e marcas white label
De acordo com dados do Anuário da ABIPLA, boa parte das principais categorias de saneantes registraram alta de produção no fechamento de 2023, em relação ao ano anterior, como limpadores para banheiros (+10,6%), detergentes para roupas (+4,4%), multiusos (+4,1%), desinfetantes (+4%) e detergentes para louças (+2,5%).
Vale destaque para a forma de distribuição dos produtos, já que a pandemia modificou o comportamento do consumidor, abrindo espaço para vendas digitais e fortaleceu os mercados de bairro, por exemplo.
De acordo com um levantamento do Sebrae, o número de mercados de bairros cresceu 13,6% em 2021, em plena pandemia. E, conforme pesquisa do SINCOVAGAS – Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo, realizada no ano passado, 38% dos consumidores passaram a ir com mais frequência nestes pequenos estabelecimentos de bairro, mesmo com o fim da crise de Covid-19.
“Isso mostra como há oportunidades no setor, já que a venda digital de saneantes era muito baixa há poucos anos e já começa a formar um novo e promissor canal de distribuição, tanto para pequenas quanto grandes empresas, e abre espaço para quem deseja distribuir, diretamente, para todo o País. Já as parcerias com mercados de bairro são uma ótima alternativa para iniciar um fluxo de distribuição regional. Há, ainda, a possibilidade de fabricação de produtos ‘White Label’ (produção terceirizada), além de se integrar à cadeia de produção das multinacionais que atuam no setor”, diz Engler.
ABIPLA e SIPLA oferecem assessoria técnica e regulatória a pequenas e médias empresas do setor
O diretor-executivo da ABIPLA e do SIPLA (Sindicato dos Fabricantes) ressalta que, apesar de ser um setor com muitas oportunidades, é essencial que as empresas estejam em conformidade com as legislações sanitária e ambiental.
“A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária é o nosso órgão regulador e temos um importante papel na melhoria dos índices de saúde pública, já que os produtos de limpeza são responsáveis por evitar diversos tipos de contaminações. Então, temos que cumprir à risca todas as regulamentações sanitárias para atuar formalmente neste mercado e a ABIPLA apoia seus associados neste sentido”, explica.
A entidade presta assessoria completa às empresas interessadas neste mercado. “A ABIPLA mantém um comitê regulatório que auxilia fabricantes de saneantes a regularizar a sua situação perante os órgãos competentes. Temos um comitê de sustentabilidade que os orienta como cumprir, corretamente, as normas da política nacional de resíduos sólidos, em todo o País, e participamos dos principais organismos internacionais sobre produtos de limpeza, incentivando a convergência regulatória, o que possibilita, a todos os empreendedores do setor, independente do porte, que estejam inscritos na ANVISA e possam promover operações de exportação para outros países”, destaca Engler, que finaliza: “Para concluir o ciclo, por meio do SIPLA são feitas as negociações sindicais nos Estados, o que traz uma mais-valia ao nosso setor, posto que os acordos coletivos celebrados são específicos e respeitam as particularidades do setor”, enfatiza Engler.
Sobre a ABIPLA
Fundada em 1976, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) representa os fabricantes de sabões, detergentes, desengordurantes, produtos de limpeza, polimento e inseticidas, promovendo discussões sobre competitividade, inovação, saúde pública e consumo sustentável.
O setor movimenta US$ 7,5 bilhões anuais e responde por, aproximadamente, 93 mil empregos diretos.
Perfil do porta-voz
Paulo Engler é formado em Direito pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP.
Ocupou cargos de direção em multinacionais e em associações setoriais de grande porte. Atualmente, é diretor-executivo da ABIPLA e SIPLA, além de ser Presidente Executivo do IdQ- Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química.
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