Estudo aponta que falar de finanças na infância gera adultos adimplentes
28 de março de 2024Para a educadora financeira Aline Soaper, idealizadora do projeto Efinckids, iniciar o tema desde cedo é fundamental para minimizar o endividamento crônico
Segundo dados da Confederal Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), 4 em cada 10 brasileiros estão com o nome negativado, o que equivale a aproximadamente 40% de sua população.
Em sua maioria, os inadimplentes contam com idades entre 30 e 39 anos. Mas uma pesquisa recente pode ter a solução para esse cenário: a educação financeira infantil.
De acordo com um estudo da Universidade Federal de Lavras (PPGA/UFLA MG) crianças que têm contato com educação financeira desde cedo são mais assertivas na vida adulta, com um futuro mais positivo e livre de dívidas.
Para a educadora financeira Aline Soaper o aprendizado financeiro ainda na infância é uma ferramenta de transformação para minimizar o problema crônico de endividamento dos brasileiros.
“As crianças e adolescentes precisam ser preparados para lidar com os desafios da vida e a administração do próprio dinheiro é o primeiro deles. Um adulto despreparado para lidar com os seus recursos sofre por anos com escolhas erradas, endividamento, ansiedade e até problemas relacionados à vida profissional e relacionamentos. Educar financeiramente é preparar os pequenos para decisões inteligentes, diferençar desejo de necessidade e planejar o futuro”, ressalta a idealizadora do projeto EfincKids, metodologia que ensina educação financeira para crianças e adolescentes dentro do ambiente escolar.
Mas engana-se quem pensa que educação financeira é um tema difícil e complexo para os pequenos. Segundo a especialista Aline Soaper, o aprendizado pode ser feito com crianças a partir de 3 anos e de maneira lúdica e divertida.
“Ensinar finanças para próxima geração é crucial, mas a forma como abordamos o assunto é igualmente importante. Não podemos esperar que uma criança do jardim de infância se concentre em conceitos complexos de orçamento ou investimento, mas conceitos básicos já podem ser absorvidos. Adapte a comunicação de acordo com a idade e maturidade deles, introduzindo, gradualmente, ideias simples sobre poupança, gastos e o valor do dinheiro através de jogos, brincadeiras e exemplos práticos do dia a dia”, revela.
Para ajudar pais e educadores nessa tarefa, a especialista em educação financeira infantil sugere estratégias, de acordo com cada idade, para tornar o aprendizado em finanças prático e lúdico para crianças. Veja abaixo:
Brincadeiras de educação financeira para pequenos de 3 a 5 anos: “Faça brincadeiras de compra para introduzir o conceito de troca e valor. Um supermercado financeiro é uma boa alternativa. Nesta brincadeira, simule um supermercado onde as crianças podem aprender sobre o valor do dinheiro e práticas de orçamento de forma lúdica e visual”, sugere Soaper.
Brincadeiras de educação financeira para pequenos de 6 a 8 anos: “Aqui já vale começar o conceito de mesada em pequenas quantias para eles aprenderem a gerenciar o próprio dinheiro. Ensinar sobre poupar nessa fase também é fundamental, então nessa idade também entra o cofrinho. Ele é tangível e pode ser uma ferramenta incrível para ensinar sobre economia, afinal cada moeda depositada é uma vitória para a criança”, explica Aline.
Brincadeiras de educação financeira para pequenos de 9 a 12 anos: “Nessa idade já vale introduzir metas de economia para eles, como planejar com as crianças compras maiores. Também é nessa fase que elas podem ser inseridas em pequenas decisões financeiras da casa, para aprenderem sobre orçamento simples. Entenda que crianças são motivas por objetivos claros, seja um brinquedo novo ou uma viagem em família. Ajudar o pequeno a definir uma meta de economia o ensina sobre planejamento e paciência”, esclarece a educadora financeira.
Brincadeiras de educação financeira para adolescentes 13+: “Vamos oferecer a primeira conta bancária? Essa é uma pequena dose de independência e de responsabilidade para esse adolescente.
A introdução de investimentos também pode ser uma boa estratégia nesse período para mostrar como o dinheiro pode multiplicar”, orienta Soaper.
Educação financeira nas escolas:
Há 10 anos na área de educação financeira e ex-dona de uma escola infantil, Aline Soaper agora toca o projeto Efinckids, voltado para a alfabetização financeira de crianças (a partir de 3 anos) até adolescentes na sala de aula.
A iniciativa oferece conteúdos baseados em uma metodologia exclusiva que prepara o professor para lecionar aulas de educação financeira nas escolas.
Os alunos contam com materiais adaptados para a realidade atual sobre como lidar com o dinheiro unindo a educação financeira integrativa, o empreendedorismo e as habilidades socioemocionais.
“Nossa metodologia trabalha o tema dinheiro de forma lúdica e divertida, através de livros e eventos interativos nas escolas. Para tal, além das aulas semanais, também promovemos, uma vez por ano, uma Feira de Empreendedorismo e o Donation Day, voltada para o empreendedorismo social”, explica a empresária que veio do Complexo do Alemão e tem um Instituto de Educação Financeira com mais de 7 mil alunos, além de oferecer conteúdos de educação financeira de forma gratuita com alcance de mais de 1 milhão de pessoas todos os meses através de suas redes sociais.
Sobre Aline Soaper e o EfincKids:
Fundadora do Instituto Soaper, Aline Soaper é advogada e educadora financeira, atua há 20 anos como empresária de educação e oito anos como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área, com mais de 7 mil alunos em mais de 20 países, inclusive com a metodologia EfincKids.
O projeto, que começou como uma pós-graduação para educadores financeiros atuarem com o público infantil, acaba de ser formatado para o conceito de franquias, neste último trimestre de 2023 e já conta com 16 unidades em diversos estados do Brasil.
Fernanda Guimarães
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